Alexandra Luz

Este blog está destinado à publicação de trabalhos escolares.

terça-feira, junho 06, 2006

D. João de Castro
Nasceu a 27 de Fevereiro de 1500 na cidade de Lisboa.

Filho de D. Álvaro de Castro, e filho de D. Leonor de Noronha, filha de D. João de Almeida e D. Inês de Noronha, Condes de Abrantes. D. João de Castro, recebeu uma educação muito privilegiada por imposição do pai, e pode-se lisonjear de ter sido aprendiz do melhor mestre da época, que foi o matemático e cientista Pedro Nunes.
.
.
,
Contudo, em 1518 quando tinha apenas 18 anos acabou por abandonar os estudos e enveredar uma carreira militar, e parte para Tânger onde chefia durante 9 anos a praça D. Duarte de Meneses, durante esses anos deu muitos sinais de valentia e de grande valor, e o próprio D. Duarte de Meneses, escreve a rei D. João III dizendo que D. João de Castro não deveria ficar sem recompensa devido ao grande desempenho que teve em terras africanas.
.
..
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Quando D. João de Castro regressa a Portugal permanece durante algum tempo na corte onde trava amizade com o Infante D. Luís, o conde de Castanheira, e acaba também por casar com D. Leonor Coutinho, filha de Leonel Coutinho, fidalgo da nobre casa de Marialva, e de D. Mécia de Azevedo, filha de Rui Gomes de Azevedo.
.
.
.
Em 1535, D. João de Castro acompanhando D. Luís parte na armada em direcção a Tunis, com o objectivo de auxiliar Carlos V. Devido ao grande êxito que teve nesta expedição, quando chegou a Portugal foi recebido pelo rei D. João III, que como prova da sua consideração por D. João de Castro concedeu-lhe a 31 de Janeiro de 1535 a condecoração de S. Paulo de Salvaterra na ordem de Cristo, alguns meses depois entrou para a lista dos cavaleiros desta mesma ordem militar.
.
.
-
.
Em 1538, parte para o Oriente, com o seu cunhado, D. Garcia de Noronha recém nomeado vice-rei, que ia com o objectivo de substituir D. Nuno da Cunha, partiram na nau Gripho, nesta nau embarcou também o seu filho D. Álvaro de Castro, que tinha apenas 13 de idade. Nesta viagem a.té Goa escreve o primeiro dos seus três prestigiados Roteiros, intitulado de Lisboa para Goa.

.
.

.
.
.
.
.
.
.
.
Em 1541, após a morte de D. João, realiza uma nova expedição de Goa a Suez, com D. Estêvão da Gama, esta ficou muito célebre devido á descrição que D. João de Castro elabora o Roteiro do Mar Roxo, onde podemos ver a seguinte descrição relativa ao Mar Vermelho:
O modo que tive para alcançar este segredo (das águas do mar Roxo) foi surgir muitas vezes em cima das restingas onde me o mar parecia vermelho, e mandar mergulhadores que me trouxessem as pedras que jaziam no fundo. [...] Todas ou a maior parte das pedras que arrancavam era do coral vermelho, e outras de coral coberto de musgo alaranjado. E a mesma prática tinha onde que o mar parecia verde, e achava pedra coral branca coberta de limo verde. E no mar branco achava areia muito alva sem outra mistura alguma.”¹
.
.
.
Em 1542, D. João de Castro retorna a Portugal onde exerceu durante alguns anos a profissão de capitão-mor da armada de guarda de costas.

Em 1545, tal vez tenha sido o momento de maior retribuição pelo trabalho que executou ao longo da sua vida, e talvez também o seu período mais áureo quando é nomeado de governador da Índia. nessa mesma altura parte para a Índia com dois filhos, D. Álvaro e D. Fernando, chegando a Goa a 2 de Setembro do mesmo ano.
.
.
.
.

D. João de Castro e os seus filhos quando chegam á Índia deparam-se com um cenário de crise: os reinos do Malabar estavam inquietos, o Idalcão, rei do Bijapor ameaçava constantemente Goa, por outro lado o rei de Cambaia tentava atacar a fortaleza de Diu. Para providenciar tudo isto D. João de Castro ordenou, restaurando toda a armada de que dispunha, treinando os seus homens para que eles tivessem capacidades de demonstrara sua força perante Idalcão. Ao mesmo tempo que o povo de Goa acarinhava e apoiava D. João de Castro pelas medidas que ele tomava para os proteger. Entretanto surge uma nova ameaça de Cambaia que cercava Diu, contudo rapidamente D. João de Castro consegue tomar rápidas providencias, enviando uma armada e inicialmente o seu filho D. Fernando que vem a falecer numa explosão num bastião que defendia, antes da chegada do seu irmão D. Álvaro.

.

A resistência de Cambia em Diu ainda se prolongou durante algum tempo, e quando finalmente D. João de Castro chega a Diu com uma nova armada recebe a noticia da morte do seu filho e encontra Diu ainda cercado, após uma longa batalha termina o cerco e reconstrói a fortaleza de Diu, com a ajuda dos mercadores portugueses na Índia, que tinha ficado destruída.


Regressando a Goa, a D. João de Castro foi proporcionado um triunfo romano, que o levou ao auge do seu prestigio na Índia.


A obra literária de que deixou destacam-se os seus Roteiros. O seu espírito era claramente renascentista e participava integralmente a fé na observação, que assinala a mentalidade da plêiade ultramarina de meados do séc. XVI. Meramente, o que os «marinheiros rústicos»era fé se crítica, o que os sábios de geração anterior, como Duarte Pacheco Pereira, Garcia de Orta e muitos outros já tinha feito.
.
.
.
.

D. João de Castro, herói de múltiplas facetas, distinguiu-se não como militar e cientista mas também como o tipo do mais rigoroso desprendimento, homem que nunca pediu para si homenagens ou salário.
.
.
Bibliografia:
Dicionário de Literatura,1º volume, 3ªa edição, editora: Figueirinhas/Porto.
.
Serrão, Joaquim Veríssimo, História de Portugal [1495-1580], 1ª edição: Setembro de 1978, Editorial Verbo.
.
Rebelo, Carlos; Lopes, António; Frutuoso, Eduardo; Olhar a História 10º ano, volume 2; Didáctica Editora

Serrão, Joel, Dicionário de História de Portugal, Vol. III, Livraria Figueirinhas/Porto,1979

Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura; Vol. 4, Editorial Verbo.

Couto, Célia Pinto, Rosas, Maria Antónia Monterroso; O Tempo de História, 3ª parte, 10º ano, Porto Editora
.
CD-Rom:Encarta.