D. Dinis

Nasceu a 9 de Outubro de 1261 em Lisboa, filho de D. Afonso III e da Infanta Beatriz de Castela, casou com Isabel de Aragão, de quem teve três filhos.
Aos 16 já desfrutava da sua própria casa e recebia uma educação literária e primorosa da parte do bispo de Lisboa, D. Domingos Jardo, também em consequência da doença prolongada de seu pai, no ano de 1279, quando tinha apenas 18 anos foi aclamado rei de Portugal em Lisboa como o seu sucessor.

Ficou conhecido por vários cognomes como O Lavrador ou O Rei Agricultor, pois estendeu a prática agrícola no reino, ficou ainda conhecido pelo Rei-Poeta (compôs as Cantigas do Amigo) e por o Rei-Trovadoresco, devido ao grande desenvolvimento da poesia trovadoresca no seu reinado. Pressupõem-se que foi o primeiro rei alfabetizado.

Quando subiu ao trono, Portugal encontrava-se em permanente conflito com a Igreja Católica (Santa Sé), devido as extorsões de propriedades reais pelo clero. D. Dinis tentou de imediato normalizar essa situação , assinou um tratado com o Papa Nicolau III, onde assegurava os interesses de Roma em Portugal.

Defendeu também a Igreja e os mosteiros os excessos resultantes do sistema do padroado. Pela vertente religiosa apoiou os cavaleiros da Ordem militar religiosa de Santiago, e protegeu a Ordem dos Templários, alterando-lhe o seu nome para Ordem de Cristo, a qual cedeu os seus bens D. Dinis foi particularmente um rei administrativo, e não guerreiro, ao longo do seu reinado (que se prolongou por 46 anos) sempre desenvolveu uma actividade perspicaz e com um grande progresso, um dos seus principais objectivos era ampliar o território do Condado Portucalense.

A sua principal prioridade enquanto governador foi a organização do reino: dedicou-se à vertente legisladora. Em 1282 declarou que as solicitações por parte dos juízes só podiam ser feitos com o rei, mais tarde em 1283 aboliu todas as doações que fez antes da sua maioridade.
Em 1295, acabando por abandona-la em troca das vilas de Serpa e Moura, e em 1297 assinou com Castela o Tratado de Alcanises.
Em 1293, D. Dinis aprovou uma regulamentação que confirmava o auxílio financeiro aos mercadores portucalenses, desenvolvia e promovia as feiras e mercados e protegia exportação dos produtos portugueses para os portos estrangeiros.

D. Dinis com a sua politica de protecção e aumento da riqueza nacional ordenou que se começa-se a exploração de minérios, como a prata o estanho, o enxofre e o ferro, para desenvolver as trocas comerciais entre os reinos os outros reinos da Europa; e em 1308 assina o primeiro tratado comercial com Inglaterra.
reinado de D. Dinis frisou uma enorme preferência por Lisboa como um local de permanência da corte régia. Nesta altura Portugal ainda não tinha a sua capital determinada, mas com o grande desenvolvimento de Lisboa no na área socio-económica, fez da cidade um local um local administrativo por primazia.

Os contrastes entre o norte e o sul ainda eram bem visíveis, pois o norte continuava muito senhorializado, enquanto o sul era um local de maior permanência do rei, onde quem dominava era o próprio ou as ordens militares religiosas. Assim Portugal torna-se um reino de duas realidade muito distintas.
Actividade agrícola sempre foi uma grande preocupação para o rei, pois era necessário fazer com que toda a população se interessa-se pelas terras que estavam na posse das ordens militares, assim repartiu terras, fomentou a agricultura, criou também algumas comunidades agrícolas.

Deu especial importância ao Alentejo pois era uma região pouco habitada e devido a sua grande superfície parecia uma região propicia á plantação de alimentos para alimentarem um vasto número de habitantes das grandes cidades da altura. Porém, fundou aldeias, dividiu courelas e vedou-as e atribuiu terras nunca antes cultivadas a quem as quisesse cultivar.
Entre o Douro e o Minho dividiu os terrenos em casais, cada casal era propriedade enfitêutica pelo qual era pago á coroa um tributo à coroa, ao município ou ao donatário, passados alguns anos os casais transformaram-se em povoações.
No Alto de Trás-os-Montes o rei optou por uma governação mais colectivista, ou seja as terras a que eram atribuídos impostos eram concedidas a um grupo, que entre os vários membros do grupo eram divididos os postos de trabalho, e eram pagas em moeda ou em géneros.
Na região de Leiria, ordenou que se construí-se um pinhal de pinheiros mansos a substituir os bravos que existiam naquela região, esta construção teve em vista protecção das terras agrícolas do avanço das areias costeiras.

Um dos seus interesses pessoais era a cultura, e para ela deu um grande contributo:
Impôs o uso único da língua portuguesa nos documentos oficiosos;
Fundou a primeira Universidade em Lisboa;
Cedeu aos seus estudantes um bairro estudantil;
Ordenou que se traduzi-se para a língua portuguesa obras mundialmente importantes;
Escreveu vários livros com diversos temas, como por exemplo a caça, a administração, deu também uma forte importância á cultura trovadoresca;

Os seus últimos anos como rei foram muito conturbados por conflitos familiares, pois o seu herdeiro legitimo, futuro Rei D. Afonso IV, tinha receio que D. Dinis fosse deixar o trono ao seu filho bastardo Afonso Sanches.
D. Dinis faleceu a 7 de Outubro do ano de 1325 em Santarém, e encontra-se sepultado no Convento de São Dinis, em Odivelas.

Tratado de Alcanises

Foi assinado entre o Condado Portucalense e o reino de Castela a 12 de Setembro de 1297.
A Portugal eram atribuídas as localidades de Olivença, Ouguela, Campo Maior e S. Félix, em contrapartida as localidades de Aroche e Aracena, ficaram para sempre em território castelhano, e assim ficaram definidas as linhas fronteiriças entre o Condado Portucalense e Castela que ficaram finalmente deliberadas, essas linhas ainda permanecem actualmente. Neste tratado também ficaram assegurados alguns casamentos entre membros da alta nobreza portuguesa e castelhana, entre quais o casamento de D. Fernando de Castela e a Infanta Constança.

Bibliografia:

• http://www.wikipedia.org
• Joel Serrão; Dicionário de História de Portugal II Vol.; Livraria Figueirinhas/Porto,1979

D.Dinis